quinta-feira, 16 de junho de 2016

O Livro Fantasma - 3ª parte


Receita para fazer um 130-A você mesmo!

Ao saber que havia contrafações do 130 – A pensei: “Porque não fazer uma eu próprio?!” Não, não me interpretem mal! Não concordo de modo algum com a fraude. Todavia, uma vez que temos ao nosso dispor meios gráficos e eletrónicos muito avançados, porque não encarar este projeto como um desafio e fazermos nós mesmos um 130-A?! No fim de contas, uma fraude só é fraude se quisermos enganar alguém. Ao fazer isto, o meu objetivo é ultrapassar as dificuldades que se apresentam à concretização desta ideia. Perguntar-me-ão: “ - E o que faz depois aos livros contrafeitos?” Muito fácil: dá-los-ei aos amigos ou, quando muito, vende-los-ei por 10 euros (para custear as despesas inerentes ao projeto), não como originais, mas como curiosidades para quem quiser valorizar a sua coleção. Costuma-se dizer, “quem não tem cão, caça com gato”. Eu digo: “Quem não conseguir arranjar um original, ponha uma imitação na estante”. Pelo menos, provisoriamente... Melhor do que ter um hiato no sítio, mas isto é o que eu acho, claro.

Então: as capa, contracapa e lombada, com algum trabalho de fotografia, digitalização e photoshop (ou programas equivalentes) arranjam-se facilmente. Idem em relação às 4 primeiras páginas e à página final que, sendo todas a preto e branco, ainda oferecem menos dificuldades.

O problema começa a surgir em relação ao livro propriamente dito, ao seu núcleo. Como o obter? Bem, pese a quem pesar, eu resolvi-o canibalizando alguns nºs 200 da Vampiro. É um livro que, sem ser fácil de arranjar, aparece com alguma frequência. É manter os olhos abertos no OLX, Coisas ou Custo Justo, ou peregrinar pelos alfarrabistas até conseguir. Em seguida, engula em seco, respire fundo e tire-lhe cirurgicamente a metade de que precisa!

O verdadeiro problema põe-se quanto à parte física das 4 primeiras páginas, bem como da última: apesar de serem fáceis de fotocopiar, o papel a usar não é nada fácil de obter! Trata-se de papel de 65-70 gr, ordinarote, poroso e velho de 50 anos! Isso confere-lhe um estado seco e amarelecido que não é fácil de imitar. Durante muito tempo debati-me com este problema. Podia-se, com o photoshop, colorir as folhas até obter o tom requerido, mas a textura? Até que o acaso (ou Mercúrio ou Loki, deuses das patifarias...) me forneceu a solução: na feira da Ladra arranjei duas sebentas em branco cujo papel era muito parecido! 
 



E pronto! Aqui fica exarado para que conste o modo de confecionar um 130-A que, sem prejudicar ninguém, valorizará, como curiosidade, as suas estantes enquanto não vier aquele dia em que, como eu, consiga obter um original. Muita sorte nesse sentido.

Fiquem bem e leiam FC!

Abraço,
José Paula Santos


NOTA DE REPÚDIO: Caros leitores, o autor não aconselha nem sugere a quem quer que seja iniciar uma florescente atividade contrafativa, sendo que tal infringe sem dúvida uma meia dúzia de leis e regulamentos, nem por qualquer meio se responsabiliza se alguém, contrariando frontalmente esta nota, o fizer. Se alguém se sentir tentado, sugere-se a consulta da asae ou da spa, que prontamente o elucidarão sobre o assunto, após o que sentirá dentro do peito a satisfação do dever cumprido! Este artigo pretende ter um papel meramente lúdico, assim a modos que um "suponhamose-o"... , que como todos sabem, constitui a base da verdadeira FC. Parafraseando o E.T. : "Beee Goood..."

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